À medida que mais países regulamentam o uso de símbolos religiosos, o Tribunal Europeu decide dois casos no Reino Unido
Por Brian J. Grim
O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos anunciou hoje decisões sobre vários casos de liberdade religiosa de alto nível envolvendo o Reino Unido, incluindo duas queixas de que a lei britânica protege inadequadamente o direito dos funcionários de exibir símbolos de sua religião no local de trabalho.
O tribunal concluiu que houve uma violação da liberdade religiosa no caso envolvendo uma funcionária da British Airways que foi impedida de usar cruzes cristãs visivelmente no pescoço durante o trabalho. No entanto, no segundo caso envolvendo uma enfermeira na enfermaria geriátrica de um hospital britânico, o tribunal considerou que a proteção da saúde e segurança em uma enfermaria de hospital justificava a proibição de seu empregador de usar um colar de cruz visível.
Um estudo recente do Fórum sobre Religião e Vida Pública do Pew Research Center descobriu que as regulamentações sobre o uso de símbolos religiosos aumentaram globalmente entre meados de 2007 e meados de 2010. Em meados de 2010, o traje religioso e outros símbolos foram regulamentados em 57 países (29%), contra 21 países (11%) em meados de 2007. Os regulamentos aumentaram em lugares tão diversos como a França, onde a burca foi proibida, e Ruanda, onde o governo proibiu o uso de chapéus religiosos em fotos para documentos governamentais.

Os regulamentos sobre trajes religiosos variam amplamente. Alguns países proíbem trajes religiosos; A Turquia, por exemplo, proíbe mulheres de usar lenços de cabeça em cargos governamentais. Em outros países, como Arábia Saudita e Irã, coberturas religiosas são obrigatórias para as mulheres. E na Jordânia, o Ministério do Turismo recentemente aconselhou os visitantes israelenses a evitar o uso de trajes judeus enquanto estivessem no país, supostamente por preocupação com sua segurança.
O Tribunal Europeu também anunciou decisões em dois casos envolvendo funcionários que alegam que as leis do Reino Unido falham em proteger seu direito de se opor à homossexualidade por motivos religiosos. O tribunal não acolheu as suas queixas, concluindo que o direito de manifestar a religião no trabalho é protegido, mas deve ser ponderado com os direitos dos outros.
A decisão do tribunal foi amplamente divulgada na imprensa britânica e internacional.
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Brian J. Grim é pesquisador sênior e diretor de dados internacionais do Pew Forum on Religion & Public Life.